Já faz algum tempo que as regras para o uso de armaduras e escudos nos combates da Gladius Swordplay estão publicados (clique aqui para saber mais!). Pouco a pouco, os nossos combatentes foram criando as suas peças de armadura usando materiais como couro, metal e EVA. Como o EVA é o material de preço mais acessível e um dos mais versáteis, mostramos aqui o progresso do trabalho de um dos nossos forjadores (Ivar, líder do clã Wolfstrider) que transformou alguns pedaços de EVA em peças de armadura bastante vistosas, funcionais e seguras. Confira as etapas do processo com os comentários do forjador e clique nas imagens para ampliá-las.
Ah, só lembrando: o uso de armaduras está liberado para guerreiros de qualquer graduação (novatos, aspirantes ou veteranos). Por isso, aproveitem! 🙂
Intro:
A ideia de montar peças de armadura que tivessem uma aparência realista veio depois de assistir os vídeos de artistas que mostram o processo de fabricação de peças de armadura para cosplay e LARP, como Evil Ted Smith, Zonbi e o casal Bill e Brittany Doran, entre outros (os links para os respectivos canais estão no final do post). Como nas batalhas que praticamos na Gladius não é necessário usar força em excesso, decidi que seria interessante experimentar com materiais menos convencionais para armaduras, após um bom tempo trabalhando somente com couro.
Portanto, o primeiro passo foi comprar uma placa de EVA nas medidas regulamentares (a Gladius exige um mínimo de 10mm de espessura para este material). Comprei uma placa de EVA de tatame e cortei algumas peças:
Em seguida, com uma microrretífica Dremel, fiz o detalhamento das bordas das peças, deixando-as mais abauladas:
Com a base já feita, acrescentei alguns detalhes. A intenção era fazer uma armadura que fosse composta por “talas” rebitadas de metal. Tracei as marcas de corte e abri os vincos com um estilete, de acordo com os vídeos disponíveis no Youtube. Os “rebites” foram feitos com um vazador de metal. Como o vazador já tinha sido muito utilizado para fazer os furos nos meus trabalhos em couro, foi necessário dar uma boa amolada nele. E foi aqui que a Dremel mostrou que valeu o investimento na ferramenta! Confira o resultado:
Em seguida, as armaduras receberam a curvatura necessária com o uso de um soprador térmico. E o mais interessante é que o soprador térmico consegue abrir os vincos feitos com estilete e vazador no EVA, deixando-os mais evidentes:
Até este momento as peças estavam com uma aparência muito plástica. Hora de acrescentar algumas marcas de batalha e arranhões com um ralador de noz moscada! E depois que a armadura estava bem castigada, o soprador térmico entrou em ação mais uma vez para dar o acabamento nas marcas:
Para a pintura aderir com mais força ao EVA e não descascar, apliquei 3 demãos de uma mistura de cola branca (PVA) com água, esperando secar entre cada demão. Para ter certeza de que havia coberto toda a superfície, especialmente porque a cola PVA fica transparente depois que seca, acrescentei algumas gotas de corante preto na última demão:
Na parte interna das peças da armadura, um reforço com tecido para que a amarração não rasgue o EVA. As faixas de tecido foram coladas nas placas com cola de contato. Os riscos mostram por onde vão passar as correias de nylon:
A cor base escolhida foi o dourado. Apliquei 2 demãos de tinta acrílica nessa cor. Para evitar que a peça ficasse marcada pelas marcas do pincel, a tinta acrílica dourada recebeu uma leve diluição e foi aplicada com um pedaço de espuma:
Os vincos, rebites e marcas de batalha foram realçados com uma aplicação de tinta preta com a técnica aguada. Com essa técnica, a tinta se acumula nas reentrâncias e dá um aspecto envelhecido e usado às peças:
Finalmente, como as peças estarão expostas a golpes de espada de espuma, a possíveis trombadas e ao atrito com escudos e armaduras de outros combatentes, é preciso fazer uma cobertura para proteger a pintura. No caso dessas peças, utilizei 3 camadas de goma-laca, que preserva o brilho da pintura metálica e é suficientemente flexível para não rachar quando o EVA é manipulado. Além desses efeitos, a goma-laca ajudou a dar um contraste maior nas áreas que haviam sido desgastadas com a cor preta:
Com o fim da pintura, faltava colocar as correias para a amarração. Cada peça recebeu duas tiras de nylon, e cada tira é presa com um sistema que usa dois anéis meia-lua. A pressão dos anéis meia-lua na tira de nylon causa pressão e atrito suficientes para que as peças fiquem presas ao corpo, adaptando-se a (quase) qualquer tamanho de perna ou antebraço:
E assim, as peças de armadura finalmente estão prontas! No treino do dia 23 de outubro elas serão sorteadas para um dos guerreiros da Gladius Swordplay que comparecer ao treino:
Obrigado pela leitura! XD
Referências:
- Canal Evil Ted Smith: Clique aqui
- Canal Punished Props: Clique aqui
- Canal ZonZonZonbi: Clique aqui