Clã Annarr

A tripulação do drakkar já estava ficando impaciente. O barco estava parado na praia há horas; Haskell, o capitão, observava a praia atentamente. Sabia que o drakkar e os vikings estavam sendo observados. Uma faixa de pedriscos e areia grossa separava a orla da praia e a floresta que havia logo depois. Lukkja, Harald, Ubbein, Greni, Vikar, Hjillda… todos já haviam percebido a movimentação por entre as árvores. 

Aquela devia ser uma expedição sem grandes problemas. Um saque a um vilarejo costeiro em terras distantes. Mas tudo estava quieto demais; nenhuma movimentação no vilarejo, nenhum barco pesqueiro ou mercante no cais. 

— Escudos em punho — disse o capitão. 

Os guerreiros se armaram e Haskell foi o primeiro a pular pela amurada do barco. O silêncio naquela praia era enervante. Depois de avançarem uns cinquenta passos, a tripulação ouviu os estalos de vários arcos sendo disparados. Por puro reflexo, todos se agacharam e cobriram os corpos com os escudos redondos.

Mas as flechas haviam sido disparadas para cima. Duas, três salvas de flechas; todas com a ponta em chamas, todas com o mesmo alvo: o drakkar. 

Greni fez menção de voltar para o barco, mas Lukkja o segurou pela gola do camisão; se saíssem da formação, a próxima saraivada de flechas mataria a todos. O drakkar já estava condenado. 

Mas, enquanto o barco ardia, Haskell viu que um corvo se aproximou e pousou no ponto mais alto da proa, esculpida com a forma da cabeça da serpente marinha Jörmungandr. Um corvo, um dos servos de Odin; um presságio de que o deus dos vikings estava por perto e zelava por seu povo. 

E isso bastou para que a confiança dos guerreiros se renovasse. 

Uma linha de guerreiros saiu do meio das árvores. Cerca de uma centena, entre combatentes e arqueiros. Provavelmente o vilarejo pediu socorro e o senhor da região enviou um destacamento. 

— Cem deles contra vinte dos nossos — disse Lukkja por entre os dentes. Mas a donzela do escudo estava sorrindo. — Ainda estamos em vantagem.

— Só resta um caminho — disse Haskell. E começou a bater com o lado chato da espada no frontão do escudo, no que foi acompanhado pelos outros guerreiros. O estrondo rítmico e a coragem daqueles marinheiros que começavam a correr juntos. E um único grito enquanto se lançavam sobre os inimigos: 

— Para Valhalla!

Descrição

Nos séculos 8 a 11 DC, os povos vikings dominaram grande parte das terras que hoje são parte de países como a Suécia, Dinamarca, Noruega e Islândia, além de fundarem vilarejos e colônias em partes da Inglaterra, França, Alemanha e ao longo do litoral do mar Báltico.

Diferente do que se pensa normalmente, os vikings não eram simplesmente bárbaros sanguinários. Eram também grandes navegantes, desbravadores, comerciantes e fundadores de grandes povoados. Possuíam amor à aventura e grande disciplina militar, características intrínsecas de uma cultura que valorizava os feitos heróicos de suas sagas.

Embora houvesse uma língua comum a todos os povos da Escandinávia na época, os vikings não formavam uma nação única. No início da era viking a lealdade fundamental era para com o clã (um grupo de famílias aparentadas entre si) e havia muitas regiões diferentes, cada uma com seu próprio governante.

Sua cultura tinha caráter guerreiro, devido também a influências religiosas. Eram adoradores do panteão nórdico, tendo deuses com diversas características, personalidades e histórias. A religião dos vikings tinha também o culto a ancestrais além da veneração aos deuses, e transmitia idéias diferentes quanto a questões da vida e do mundo. Sua religião não era baseada na luta entre o bem e o mal, mas entre a ordem e o caos, sendo que nenhum deus era tido como completamente bom ou mau.

Os vikings eram apreciadores das espadas, sendo que os mais ricos e poderosos tinham as mais belas e melhores espadas, possuindo detalhes dourados e até mesmo rúnicos.

Além das espadas eles tinham facas, e lanças de diversos tipos, que eram as armas mais usadas em batalhas, sendo atiradas nos inimigos ou usadas normalmente. Quando atiradas, era clamado o nome de Odin, deus da guerra conhecido por sua lança, Gungnir. Usavam também arco e flecha, principalmente nas batalhas navais, e machados de combate.

O maior desejo de um viking era morrer com a espada na mão e entrar em Valhalla, onde o deus Odin o receberia como herói.

Código

O clã Annarr descende originariamente desses bravos guerreiros, e tem como postura principal seguir os nove códigos dos Aesir:

Honra: Honre a si próprio com a verdade e atos de nobreza. Sua palavra é sua obrigação. Honre sua família, amigos e a pessoa amada com reverência e respeito. Honra é a marca da força e nobreza.

Proteção: Proteja com selvageria o seu sangue. Não deixe ninguém violar seu amor ou caminho. Proteção é a marca de um espírito guerreiro.

Florescimento: Prosperidade e crescimento são as chaves para a sobrevivência no caminho. Essas são a marca da inteligência.

Conhecimento: Conhecimento é poder. Busque sempre expandir a mente. Nunca se renda à estagnação; o conhecimento é um presente dos Deuses.

Mudança: A mudança é importante para o crescimento e a sobrevivência. O que não pode mudar está condenado a perecer. Essa é a marca da intuição.

Nobreza: Pague todos os débitos, carregue seus próprios fardos, sempre escute e considere todos os lados. Trate os outros com equidade e nobreza.

Equilíbrio: Lembre-se da lei do Equilíbrio. Tudo o que você faz ou deseja para si mesmo ou a alguém, seja bom ou ruim, retornará algum dia.

Controle: Nunca se renda à a raiva ou caia na armadilha da hostilidade. Nunca abuse dos fracos ou inocentes. Nunca tolere aqueles que agem assim. Controle é a marca de uma mente disciplinada, um sinal dos maiores guerreiros.

Conflito: É preciso conhecer a arte do combate, armas e vingança. Sempre esteja preparado para a hostilidade. É um destino que está em cada fibra de nossa gente. Mantenha o corpo e a mente sãos e treine sempre que puder. Não tenha remorso na selvageria do conflito. Vença, prevaleça, e sobreviva.

Nosso lema é: “Tenha uma boa luta , tenha uma luta justa”

Hierarquia

  • Líder do Clã: Responsável pelo clã Annarr, pelo treinamento dos guerreiros, definição de estratégias de combate e manutenção geral do clã.
  • Berserk / Valkiria: Reconhecimento máximo no clã e na Gladius pelas glórias e vitórias conquistadas nos campos de batalha.
  • Warlord / Warlady: Já possuem alguma fama no clã e respeito no campo de batalha. Ajudam o clã no recrutamento de novos guerreiros e no dia a dia dos treinos. Podem substituir o líder para comandar o treino, caso ele não esteja presente.
  • Vikings: Já possuem um tempo de “vida no clã” e uma técnica de combate definida. Sabem agir em grupo.
  • Guerreiros: Annarribas em treinamento. Estão aprendendo a combater em grupo e se socializando com os outros companheiros. Tempo de testar várias armas / modos de combate para especialização.

O Annarr é o melhor clã de todos e não usamos elmo com chifres!