Sir Hector se aproximou da fortaleza em ruínas. As informações que recebeu no povoado próximo e os rastros recentes pelo chão enlameado confirmavam que o lugar vinha sendo usado como esconderijo por um grupo de cerca de dez ou doze pessoas.
Embora o reino estivesse tumultuado pela guerra civil, Hector continuava fiel à sua missão: encontrar a coroa real, roubada durante o atentado contra o monarca, e levá-la de volta para que o jovem príncipe Tomkin pudesse se tornar rei. E toda a investigação que fez durante as últimas semanas o trouxe até este lugar. Dois bandidos pé-de-chinelo que estavam de guarda até tentaram impedir que Hector entrasse nas ruínas, mas bastou o cavaleiro acertar a cara do primeiro com o frontão do escudo para o outro fugir bem rápido.
Seguindo pelo interior da fortaleza, Hector percebeu que havia outras figuras nas sombras, mas se mantinham à distância. Avançou até um salão que parecia estar mais preservado do que o resto da estrutura.
Ele só não esperava encontrar Sir Leoden ali. Seu próprio irmão, em pé ao lado de uma mesa velha onde estava a coroa real roubada.
— Ah, Hector. Pelo que eu soube, você está procurando por isso aqui — disse Leoden, apontando para a coroa.
— A coroa pertence ao príncipe Tomkin, Leoden — respondeu Hector. Tentou manter a voz neutra, mesmo que detestasse descobrir que o responsável pelo roubo era alguém da própria família.
— Tomkin não tem nem doze anos. Uma criança não tem capacidade para governar um reino tão grande.
— E você tem, Leoden? — perguntou o cavaleiro, inclinando um pouco a cabeça.
— Eu tenho recursos, aliados e capacidade. Mas sei que o povo do reino não simpatiza muito comigo — argumentou Leoden, com um sorriso torto. Hector não esperava realmente que simpatizassem com um agitador, ladrão e, agora, também usurpador.
Leoden pegou a coroa e se aproximou de Hector.
— Mas você sempre foi um herói entre o populacho. E, se assumisse o trono, elevaria a nossa família à realeza. Tomkin não poderia tirá-lo do trono, mesmo que quisesse — disse ele. E estendeu a coroa para Hector. — Aceite e eu serei seu conselheiro-real. Meus recursos e aliados estarão ao seu dispor.
Hector pegou a coroa e a colocou na cabeça. Sentiu o seu peso enquanto ponderava a situação, olhando para o chão.
— Essa coroa é grande demais para a minha cabeça, Leoden. E ela já tem dono, também — concluiu, colocando-a com cuidado sobre a mesa.
Empunhando a espada, Hector avançou sobre o irmão.
Descrição
Embora grandes ordens de cavalaria como os Templários, os Hospitalários, a Ordem de Malta e várias outras existam desde a época das cruzadas, divisões de soldados já eram comuns desde a época em que as cidades-estado gregas se erguiam como as maior potências culturais e militares da Antiguidade. A tradição continuou até mesmo depois da queda do Império Romano, com povos bárbaros que mantiveram a tradição guerrear montados em cavalos.
Essa doutrina militar continuou evoluindo com o passar dos séculos e incorporando novas tecnologias, como o estribo (que dava ao cavaleiro um controle muito maior sobre a sua montaria, especialmente em situações de galope ou batalha) e a descoberta de materiais como o aço, muito mais leve e resistente do que o bronze e o ferro que eram usados para a criação de armas e armaduras até então. E os cavaleiros continuaram a ser relevantes para os exércitos durante muito tempo, até que a disseminação de armas de pólvora marcou o fim da era dos guerreiros cobertos por armaduras no campo de batalha.
A imagem do cavaleiro como um membro da nobreza, trajando uma armadura reluzente e empunhando um escudo com um brasão que o identifica vem principalmente de duas fontes:
- Da tradição iniciada por Carlos Magno, ainda no século 8 d.C., de conceder terras e títulos de nobreza aos seus cavaleiros, garantindo assim a sua lealdade (e que levaria ao desenvolvimento do feudalismo nos séculos seguintes);
- E da literatura dos romances de cavalaria, que acrescentavam elementos heroicos e mágicos à figura do cavaleiro andante. Foi nessas obras que personagens como o Rei Arthur, Sir Lancelot, Sir Galahad, Morgana e Mordred, entre vários outros, se popularizaram da maneira que os conhecemos até hoje.
Os romances de cavalaria, em sua maior parte, foram escritos já na porção final da Idade Média e serviram para consolidar uma imagem idealizada dos cavaleiros nobres em missões épicas, sempre norteados por valores como a honra, lealdade, bravura e fé. Muitas vezes, eram relatos ficcionais criados a partir de proezas e personagens reais.
Inclusive, algumas histórias escritas bem depois do fim da era dos cavaleiros ajudaram a moldar a iconografia que temos até hoje sobre esses guerreiros. É o caso de Ivanhoé, escrito por Walter Scott no século 18, que trouxe para o imaginário popular figuras como Robin Hood, o rei Ricardo Coração-de-Leão e o rei João Sem-Terra. É nessa obra também que aparecem descrições de eventos como um torneio medieval, uma caça às bruxas e batalhas contra bandidos. Por sua vez, Sir Thomas Malory reuniu vários contos e o folclore sobre o Rei Arthur, Guinevere, Merlin e os Cavaleiros da Távola Redonda em A Morte de Arthur, um romance publicado no fim do século 15 que traçava um relato de toda a vida do rei de Camelot desde o nascimento até a morte.
Todos esses contos e aventuras serviram como base para a criação e a estruturação do Clã dos Cavaleiros na Gladius Swordplay.
O código dos Cavaleiros
- Buscar a perfeição humana;
- Retidão nas ações;
- Respeito aos semelhantes;
- Amor pelos familiares;
- Piedade com os enfermos;
- Doçura com as crianças e mulheres;
- Ser justo e valente na guerra e leal na paz.
Os Reinos
- Sherwood: Terra tomada por florestas e colinas, uma região que começou a ser colonizada recentemente. Seu brasão ostenta um leão vermelho sobre uma base amarela.
- Camelot: A capital do reino. A região adotou o brasão do Clã dos Cavaleiros, uma cabeça de leão sobre o fundo azul, como seu próprio brasão de armas.
- Glastonbury: Uma região antiga e que já foi palco de muitas batalhas, tendo mudado de mãos várias vezes durante os últimos séculos. Seu brasão, dividido entre as cores dos antigos conquistadores, atenta para o fato, com os leões da Bretanha e as flores-de-lis da França.
Hierarquia
- Comandante de Guerra: Responsável por liderar as batalhas; É o mestre supremo das armas. Todos os batalhões do reino estão sob sua responsabilidade. É o elo entre o Rei e o exército.
- Cavaleiro: O mais nobre título que um guerreiro pode ter. Ele luta nas batalhas em nome do Rei e goza de todos os privilégios de Camelot. Segue o Código de Honra dos cavaleiros e é responsável por manter a paz e a justiça no reino, além de instruir um escudeiro. Integrantes do clã que estejam no posto de Cavaleiro recebem também um título de nobreza, que varia conforme a sua experiência e conquistas:
- Duque: É o mais elevado título de nobreza. Entre os povos antigos, o duque era merecedor de honrarias como se fosse parente do rei.
- Conde: Os condes compunham o conselho particular do monarca e o acompanhavam em viagens e negócios, quando exerciam função adjunta e poderes delegados pelo soberano.
- Barão: O título era concedido a pessoas de destaque na comunidade pelo seu bem-sucedido desempenho profissional, elevando-as posteriormente ao status de nobreza.
- Escudeiro: O escudeiro está sendo treinado para se tornar cavaleiro. Ele sempre terá como mestre um cavaleiro e o ajudará em tudo que for preciso, recebendo em troca treinamento e aprendizado tático para utilizar no campo de batalha.
Venha para o Clã dos Cavaleiros
Nos campos de batalha e nas arenas de torneios, os cavaleiros lutam para que a paz e a ordem sejam mantidas. Venha seguir esta bandeira e fazer parte da Távola Redonda em Camelot, lutar ao lado de bravos cavaleiros e entrar no mundo místico de Avalon.
This is the way.